Quando se fala em química a gente imagina tudo menos os produtos de beleza. O xampu e o condicionador que você no cabelo, o a maquiagem que você usa antes de ir trabalhar, o creme dental que você usa pra limpar os dentes, enfim, uma infinidade de coisas que você usa no seu dia a dia.
“Sem os processos e substâncias químicas, o nosso modo de vida moderno não seria possível. Os alimentos se degradariam muito rapidamente – isso se houvesse alimento para toda a população. Seria quase impossível beber algo de maneira prática em qualquer lugar, não haveria transporte para todos, e muitos de nossos hábitos diários não ocorreriam, entre eles esse ritual de beleza e higiene diários.” explica Adriana Vitorino Rossi, professora e pesquisadora do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Os cosméticos – esse grupo de produtos que, de alguma maneira, agem sobre a percepção da aparência e realçam a atratividade, por exemplo – não são algo novo. Basta reavivar na memória as peças arqueológicas do antigo Egito. Já naquela época os faraós modificavam sua aparência pintando os olhos e realçando traços do rosto. O processo de criação desses produtos cosméticos era bem diferente e, como explica Silvana, não havia como controlar os seus malefícios à saúde.
“Alguns desses produtos continham substâncias que podiam intoxicar uma pessoa ou causar graves doenças. Hoje em dia a grande preocupação é com a segurança desses produtos. Não somente para as pessoas, mas para o meio ambiente igualmente. Afinal, boa parte desses produtos acaba sendo literalmente lavada e, se não houver controle do processo, vai parar na natureza”, aponta a especialista.
Mas afinal, quem cria os cosméticos? A resposta, como é de se prever, não é simples. Os criadores são uma equipe composta por químicos (que desenvolvem e fazem o controle dos extratos e compostos em um produto), farmacêuticos (responsáveis pela criação dos produtos e por pesquisar as potenciais interações entre os elementos neles contidos e os seus efeitos fisiológicos), engenheiros químicos ou de processos (que controlam todo o processo de fabricação e resíduos), físicos (que lidam com as avaliações do Fator de Proteção Solar, por exemplo), além de biomédicos e médicos (responsáveis pelas avaliações clínicas dos produtos). Isso tudo sem levar em conta os profissionais de marketing, que identificam as necessidades e potencialidades de um produto a ser lançado.
Veja algumas composições de alguns produtos de beleza:
Batons: possuem na composição álcool cetílico (C16H33OH), óleo de gergelin, cera de abelha, etc. O batom ultrafixante é composto por altas concentrações de cera, baixas de óleo e altas de pigmento. O batom de textura cremosa é composto por baixo conteúdo de cera e altas concentrações de óleo.
Perfumes: os ingredientes Geraniol (aroma de rosa) e Jasmona (aroma de jasmim) dão aos perfumes o aroma específico.
Antitranspirante: o ingrediente Cloreto de alumínio hidratado (AlCl3.6 H2O) é fundamental, além de conter álcool e perfume.
Hidratantes corporais: são compostos por óleo de amêndoas, vaselina, lecitina, lanolina, etc.
Xampus: contém alginato de sódio (NaC6H7O6), que age como espessador para facilitar o espalhamento pelos fios.
Condicionadores: contém na composição alcoóis, álcool comum e álcool oleico, esse último age como emoliente, o responsável por condicionar os fios.
A química está em todo lugar mesmo que não esteja tão em amostra ou tão falada.
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